O dia 1º de maio é simbólico para os trabalhadores. Conhecido como Dia do Trabalho ou do Trabalhador, a data tem sido de reflexões e reivindicações por parte da classe trabalhadora, que vê as oportunidades minguarem. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima que o total de desempregados no país alcance os 13,1 milhões de pessoas. Encontrar trabalho e poder pagar as contas em dia virou o sonho de muitos brasileiros.
Enquanto no Brasil sobram trabalhadores e faltam empregos, Arroio do Meio vive uma situação um pouco mais confortável. A diversificação econômica, iniciada ainda na década de 1990, após a crise calçadista, tem mantido a taxa de ocupação estável. Segundo o IBGE, em 2016, 8.208 pessoas, 40,7% da população, possuíam ocupação. O salário médio mensal dos trabalhadores formais era de 2,1 salários mínimos.
Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o município encerrou o ano de 2018 com 6.457 pessoas formalmente empregadas. Estes postos de trabalho estavam distribuídos em 1.573 estabelecimentos, que criaram, ao longo do ano, 123 novas vagas. Os maiores empregadores eram os setores de indústria, com 3.569 funcionários, o de serviços, com 1.560 empregados e o comércio com 968 trabalhadores. (Veja a tabela abaixo).
A indústria, segmento que tem a maior participação na economia municipal, gerava, no fim de 2018, mais de 55% de todos os empregados formais do município. Apesar do número expressivo, o segmento encerrou o ano com 33 demissões a mais do que contratações, seguindo a tendência nacional.
Como a indústria é variada e há produtos sazonais, que demandam maior número de trabalhadores em determinado período, o saldo negativo não é visto com preocupação pelo coordenador de Indústria, Comércio e Turismo do município, Carlos Henrique Meneghini. Ele explica que o município vem incentivando, há anos, a diversificação da base econômica, a fim de oferecer estabilidade no mercado de trabalho e evitar o desemprego, como já aconteceu no passado, com o fechamento fábricas de calçados.
Meneghini ressalta que às vezes, o incentivo para as empresas se instalarem ou ampliarem não é necessariamente financeiro. “Existe a Lei Geral de Incentivos que disciplina o auxílio às empresas. Sempre que existem solicitações, o município avalia. Às vezes a empresa precisa de um acesso, de máquinas para a terraplanagem ou para fazer as fundações. Nem sempre é um auxílio financeiro que o empresário busca”.
O coordenador salienta que Arroio do Meio tem sido escolhido para instalação de empresas que estavam em outros municípios. “Às vezes tomamos conhecimento quando a empresa já está instalada, funcionando. O empresário vê que o município é organizado, que honra seus compromissos e investe aqui”, aponta. Como exemplo, cita que nos últimos anos empresas de grande porte, a exemplo da Neugebauer, optaram pela Pérola do Vale.
Em termos de áreas de terras, o município tem a opção de credenciamento a lotes no Loteamento Comercial e de Serviços – Coxilha Vermelha, destinado à instalação de pequenas indústrias e microempresas. Neste, o município doa o lote, desde que a empresa atenda a todos os pré-requisitos, que incluem o investimento de uma vez e meia o valor do imóvel recebido.
As 50 maiores
Dentre as 50 maiores empresas no Valor Adicionado de 2018, praticamente a metade atua na produção industrial. As demais são do setor de comércio e serviços. Estas empresas empregavam, no final do ano passado, 3.059 pessoas. Quase 50% de toda mão de obra empregada no município.
Na avaliação do secretário de Fazenda de Arroio do Meio, Marcio Zimmer, os setores de indústria e comércio, agricultura e serviços vêm crescendo ano após ano, o que reflete no mercado de trabalho. Zimmer e Meneghini apontam que há poucas pessoas desempregadas. Há empresas que não encontram funcionários e precisam buscar em outros municípios parte de sua mão de obra. Assim como há inúmeros trabalhadores que conhecem Arroio do Meio, em função das oportunidades de trabalho e acabam se estabelecendo com as famílias no município.
De 2017 para 2018, o segmento de serviços foi o que apresentou a maior variação na composição do Valor Adicionado: 12%. A agricultura teve crescimento de 6,11% e a indústria e comércio de 1,72%. O crescimento da indústria, segundo Zimmer, foi impactado diretamente pela greve dos caminhoneiros, que durou 20 dias, e pelas restrições sanitárias impostas por outros países após a Operação Carne Fraca. Explica que as duas situações, especialmente a greve dos caminhoneiros, implicou, entre outros, na quebra do ciclo de alojamento de aves e suínos, prejudicando toda a cadeia produtiva. Com menos animais alojados, menos ração foi produzida, menos produtos foram beneficiados, num efeito em dominó.